quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024
Lost in translation
"Everybody had a hard year..."
2023 definitivamente não foi meu ano e confesso que embora eu espere muito de 2024 estou trabalhando minha cabeça para não esperar nada (kkk, até parece). Talvez se eu conseguir terminar esse texto que comecei em 2023 pode ser que já seja uma coisa boa.
Quando comecei a escrever esse post eu queria falar sobre as descobertas da Alice, para talvez quem sabe em 2045, se esse blog ainda existir eu possa relê-lo e morrer de vergonha das coisas que escrevi - que é o que acontece hoje em dia, mas também ter um pouquinho de orgulho da Harissa de antigamente. Da Alice terei com certeza, pois sou o tipo de mãe que acha a filha especial.
Mas o texto da Alice fica pra outro momento, espero que ainda em 2024. Pois neste aqui vou falar de duas coisas boas que marcaram 2023.
A primeira foi o show do Chico, uma turnê que começou na tensão pré-eleições de 2022 e chegou feliz e irônico em 2023. Foi lindo demais vê-lo cantando com a Mônica Salmaso e eles abriram a torneira para eu chorar tudo o que vinha passando no primeiro trimestre de 2023.
Em dezembro, mais recomposta das porradas de 2023 fui ao show do Paul McCartney e foi a melhor coisa que fiz por mim no ano. Além de todo o contexto familiar, filha dormindo fora de casa pela primeira vez na vida (obrigada Cintia) eu me conectei com a Harissa de 20 e poucos anos, que amava muito Beatles e sempre achou que seria impossível ir a um show do Paul. E posso dizer que realizar um sonho é incrível e eu nem me lembrava ao certo se tinha esse sonho, sabe? Tamanha a desconexão que estava de mim mesma.
Escutá-lo cantando as músicas de sempre, mas agora aos 40 e tantos, deu um novo significado para t u d o. Sabe quando a grande ficha cai? A minha caiu e foi nos versos finais de The End:
quinta-feira, 6 de abril de 2023
Vamos ver o que vem por aí...
domingo, 20 de novembro de 2022
Bom demais
Projeto para o Pq. Ibirapuera |
O único ponto em comum de todos os ensaios é que eu fico basicamente tentando não tocar no assunto maternidade pois minha vida não pode se resumir a isso, mas de fato minha vida agora gira em torno disso e a maternidade é tão impactante que seria mentira falar que ela ocupa 'parte' da minha vida. Na verdade ela é minha vida. E quer saber? Essencialmente nem acho ruim. Obviamente que não me acho uma baita mãe, estou sempre sentindo que deveria levá-la em mais eventos infantis, ler sobre maternidade, educar melhor, olhar menos o celular etc e tals, mas de um modo geral acho que estamos bem até aqui.
Embora esse venha sendo um ano difícil para chuchu, onde tenho a sensação de que todas as minhas escolhas profissionais foram erradas e que não construí uma carreira de fato, na semana passada eu fui s o z i n h a na exposição do Burle Marx que está acontecendo no prédio da FIESP e sabe aquele momento epifanico em que tudo faz sentido, pois é, esse momento rolou . Eu não sabia direito sobre o que era, só vi o nome dele e entrei. A exposição dá muita ênfase para os projetos urbanísticos propostos para a cidade de SP e que em sua maioria não foram executados e traz também alguns outros projetos icônicos e outros não tão conhecidos assim. Mas o que mais me chamou a atenção em toda a exposição, foi a representação gráfica dos projetos. Pranchas feitas a guache, simbolizando pisos, plantas, espelhos d'água... era tudo tão lindo e tão a frente do tempo, que meus olhos ficaram marejados e tudo o que sou fez sentido novamente.
Não sei por quanto tempo esse sentimento de fazer sentido vai durar, mas é bom demais sentir.
sábado, 26 de março de 2022
3 anos de VERDADE.
Ryn Frank |
Minha filha fará três anos na próxima semana.
Ela nasceu no dia 1º de abril. A minha maior verdade nasceu no dia da mentira, e apesar dessa conclusão piegas e tosca é isso que venho sentindo ultimamente.
Como a maternidade é esse mar de cuspes jogados pra cima e no qual nado de braçada, venho por meio deste texto dizer que eu finalmente compreendi na minha pele o que é transformador na maternidade.
E é dolorido viu, pelo menos no meu caso.
Sempre via legendas e textos falando o quanto a maternidade é transformadora e eu só virava os olhos e pensava "Transformador como, amore? Fala mais pra mim? Quem sabe eu concordo com você."
E a real é que me deparar com minha cria repetindo ações que eu não gosto em mim, foi aterrorizante. Aterrorizante porque sou uma pessoa apegada a minha zona de conforto, para mim é muito difícil encontrar zonas de conforto e quando eu as encontro não quero abrir mão. Mas estou aqui saindo de uma zona de conforto em busca de outra e todo esse movimento foi causado pela Alice.
E assim, eu sempre fui a pessoa que pensava "não vou virar outra pessoa depois da maternidade, serei a mãe que dá pra ser" e não, estou tentando ser uma pessoa melhor para ser uma mãe melhor. E como nem tudo na mudança é horrível, fico feliz com os avanços que damos juntas.
Pronto expliquei. 👍
E, para completar esse texto de aniversário eu só queria deixar registrado para mim mesma a alegria que sinto ao passar pelas ruas por onde eu caminhava com a Alice grudada no meu colo, no ergobaby. Ela não vai se lembrar disso daqui uns anos, mas eu nunca vou esquecer o calor dela, o bico que ela faz dormindo ou que ela enrola o cabelinho para dormir.
Alice, muito obrigada por me proporcionar tanto, filha.💗
sábado, 11 de dezembro de 2021
Mãe de Quarentena
A volta ao mundo real, social, a entrada na escola balançou as estruturas por aqui. E eu vi meu maternar escancarado em uma adaptação escolar que durou longos 1 mês e meio. E isso desencadeou muita coisa aqui dentro da minha cabeça.
Colocando os pingos nos 'is' a verdade é que:
Dito isso, eu vou voltar e contar que sofri demais com a ideia de que as pessoas pudessem não gostar da Alice como eu gosto. E a realidade é que ninguém vai gostar dela como eu e o pai gostamos. E sim, é menos sobre mim e minhas expectativas e muito sobre ela.
A outra parte também vem do fato de que em todo esse 'imbróglio' de adaptação eu entendi que não dá pra ficar se justificando pra todo mundo o tempo todo. Nem pra filha, nem para os pais, para estranhos, para amigos etc.
Alice agora chora fazendo manha e eu deixo chorar. Em qualquer lugar. Alice não cumprimenta as pessoas que ela nunca viu, ou que viu apenas uma vez, eu deixo rolar.
Não acho que meu papel seja 'deixar rolar tudo', se ela não cumprimenta os avós ou meus amigos, puxo num canto e converso. Mas se é um estranho que nunca mais verei, fico quieta. Não sei se estou sendo complacente demais, mas acho que ando escolhendo as minhas batalhas. Pois, assim como toda a população mundial eu tô exausta.
Dito isso, estou exercitando (e só aprendi isso no último mês) a escuta. Falando menos, escutando mais e tirando de mim a 'obrigação' - que minha cabeça inventou, de que tenho que resolver o problema, que em nenhuma hipótese vou conseguir resolver.
domingo, 25 de abril de 2021
Parole, parole
Uma vez, quando eu estava fazendo o meu TFG, lá em 2005, conheci uma senhorinha que foi uma das primeiras moradoras da minha rua. Ela tinha nome de flor, não sei se Margarida ou Rosa, mas era uma flor.