Melhorar melhorou, mas não porque ela dorme sozinha, faz seu próprio café da manhã e curte lavar a louça. Mas porque ela resolveu que eu sou a melhor pessoa da vida dela e também porque sabemos o que fazer quando ela dá tilte.
Sério, eu continuo cansada com o sono que PARECE QUE PIOROU, mas pelo menos quando ela acorda no meio da madrugada e resolve que quer ficar duas horas acordada o desespero não é tão grande como era antes.
Uma tia minha dizia que ser mãe é a melhor coisa e a maior bomba na vida da mulher. Eu sempre achei exagero essa frase, mas confesso que só posso concordar. A maternidade, em alguns momentos, me faz sentir todo o peso de ser mulher. E olha que sou privilegiada à beça, como diz minha mais nova amiga de infância que o Whatsapp trouxe Alline, "Não sei como seria viver sem todos os privilégios que tenho" (ou algo do tipo, ela vai me entender).
Aliás, ter uma amiga que está vivendo a mesma fase da vida ao mesmo tempo que você, é reconfortante e encorajador. Porque tem horas que eu quero dividir com alguém que a menina cuspiu todo o remédio que dei e será que dou de novo ou será que vou causar um piripaque de remédio homeopático? Ou que tive insônia quando ela dormiu.
Dia desses na terapia eu consegui explicar meus sentimentos da seguinte maneira: antes da maternidade minha vida/rotina era um bairro de traçado ortogonal uma grelha reticulada, pensa na Vila Romana, Pinheiros. Depois da Alice, minha vida virou um bairro de traçado orgânico tipo a Vila Ipojuca, ou pior um bairro cidade-jardim à lá Pacaembu.
A gente nunca sabe se aquela rua curva vai cair na via principal ou se estamos andando em círculos, mas no meio do caminho aparece um ipê florido e a gente lembra que o que importa é o caminho.
Um comentário:
Que lindo, Hari! Amei seu texto! Aline
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