- Mamãe, eu já sei do que as estrelas são feitas!
- Ah, é?! E do que elas são feitas?
- De pessoas, todo mundo que morre vira estrela, ué!
Estávamos numa peça infantil que falava sobre a cientista que descobriu de quais elementos químicos as estrelas são feitas (Cecilia Payne), eu não sabia quem era ela e pelo jeito a maioria das pessoas que estavam na peça também não. Para minha sorte alguém teve a clareza de não deixá-la ser esquecida e eu achei que essa frase da Alice também não poderia o ser também.
Da mesma forma, não gostaria de esquecer que quando a gente passa pela praça perto de casa - a mesma da minha infância e que na época a classifiquei como minha só porque as quaresmeiras tinham flores rosas - e ela pede para eu contar a mesma história, e fica surpresa por eu ter gostado tanto de uma única cor, "quando você tinha o arco-íris inteiro pra gostar!".
Além disso ela está aprendendo a assobiar e eu voltei a assobiar junto, e sempre que uma ou outra consegue acertar o assobio a gente se olha espantada e feliz.
E ela odiava ir pra escola a pé, mas consegui fazê-la gostar do trajeto só por causa dos "cachorros de guarda" que latem pra gente, ou dormem ou não estão trabalhando na hora que a gente passa.
Quando tudo está complicado e a única coisa que resta é se render a beleza das pequenas-grandes descobertas infantis, aos poucos eu não sei como, estou descobrindo junto com a Alice que não sou só uma mãe que brinca de ensinar e isso já vem sendo tudo para mim.
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