Estou desde maio ou junho - já não sei, tentando escrever qualquer coisa que não fale sobre maternidade.
Pensei em falar sobre um episódio do podcast do dribbble e que fiquei pirando muito o cabeção nele. Comecei a escutar por que queria ser convencida a gostar da fonte Comic Sans e fui gastando meu inglês pois adoro o tema 'porquê odiamos algo em um ano e no ano seguinte amamos com todas as forças' e gostar de algo tem a ver muito mais com ideais colonizadores do que com o nosso subjetivo.
É um tema ótimo mesmo. Mas a bem verdade é que fiquei com preguiça de me aprofundar no assunto para desenvolvê-lo. E quando me dei conta disso, me senti muito limitada dentro desse mundo que eu sempre quis viver e batalhei por ele. Bateu uma bad generalizada de todas as coisas que eu não fui. Talvez pela chegada do aniversário, da proximidade dos quarenta anos e até da permissão que me dei de descolar do tema câncer (que não é tão assim, pois estou aqui citando-o).
Mas claro que na terapia o comentário foi: 'se você não tivesse essa vida e visse uma mulher tendo a sua vida, você acharia o máximo', ela não disse com essas palavras mas foi isso. Nem precisa ser um Freud para explicar o incrível caso das mulheres com baixa autoestima, onde a grama do vizinho é sempre mais bonita. Também não precisa ser uma grande teórica da atualidade pra enxergar a merda de sociedade em que vivemos, onde você tá sempre precisando ser mais do que é de fato.
E obviamente eu penso no Alice. Um dos temas recorrentes na terapia é sobre esse fordismo da maternidade em que para tudo tem um método, um especialista e no fim você fica louca tentando seguir regras impossíveis e do qual eu fujo de todas as formas. Mas o ponto, é que ela me perguntou qual era meu plano pedagógico para Alice. Só virei os olhos pra ela e disse que gostaria que ela fosse: segura, corajosa e fraterna. E bingo! Tava ali meu plano pedagógico, que eu não sei nem como colocar em ação ou pode ser que junto ao meu companheiro eu esteja colocando devagar, mas é isso, no fim a Alice, eu, você somos o que deu pra ser e o que já é muita coisa. 💓
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