11 meses

Ontem a Alice fez 11 meses.

Quando ela tinha 6 fomos numa aula de jardinagem (onde ela comeu argila expandida) e conheci um menino de 11 meses. Juro que eu achei que esse dia nunca chegaria por aqui.

Mas ele chegou.

E agora eu sou mãe de uma garotinha que tá arriscando os primeiros passinhos, faz charminho PARA-TODO-MUNDO-NA-RUA e ainda por cima pulou seu primeiro carnaval.

E o carnaval foi um capítulo à parte. Contradizendo todos os cavaleiros do apocalipse, a mocinha se esbaldou e nós também, o que resultou em um carnaval em família. Três dias de bloco, saindo de casa às 11:00 e voltando às 19:00 na maior empolgação. E nessa hora o coração da mãe, que não dorme há meses, sempre tinha uma esperança de que ela chegaria em casa cansadíssima e ia dormir DIRETO. Claro que isso não rolou e eu continuo com sono acumulado.

Sobre o sono eu nem tenho mais coragem de falar do assunto porque é uma batalha perdida. Eu que lute.

Aí tem uma coisa que tenho pensado muito, chamada per-so-na-li-da-de. Uma vez uma amiga disse que crianças tem comportamento padrão então com 1/2 anos fica difícil cravar um "nossa, como ela é assim ou assado". Claro que na hora fiquei em choque e negação, mas agora estou entendendo essa fala. Quando ela cisma com algo, não é porque é apenas teimosa, mas tá descobrindo a coisa. Ou quando morde o pai, ao ser contrariada, não é sinal de que é uma criança que vai morder todo mundo na escola, mas que tá se virando com os recursos que tem e aí vai depender do meio (no caso: eu e Bruno) encaminhar esse comportamento para algo mais elaborado (ou não).  

E essa parte de "dependo do meio" eu fico meio em pânico. Porque mano do céu, formar uma pessoinha é muita responsa. Sei que esse não é momento mais apropriado para ter dúvidas sobre minha capacidade com relação a esse fato, mas eu tenho. 

Mas aí no meio de tudo isso comecei a pensar nos meus pais, como pais de duas garotinhas em uma cidade como São Paulo onde eles tinham 2 parentes próximos e só, e o quanto várias atitudes deles eram só sobrecarga física e mental. E conversando sobre isso com os dois a resposta é sempre "começaria tudo outra vez, se preciso fosse meu amor..."