domingo, 30 de junho de 2019

O mundo não precisa...

... de mais um relato de parto normal.

Até porquê, o puerpério tá aí pra mostrar que tem coisa muito pior do que aquela dor que você sentiu por umas 4 horas.

Então vamos lá, depois de três meses de maternidade o sentimento é que já vivi uns três anos. 

Já passei pelo parto normal, pela dificuldade de amamentar, pelo aprendizado da amamentação, pela menina mamando muito tempo, depois pouco e depois normalizando. Ela também já teve brotoejas e um lance que parece uma caspa mas tem a ver com leite. Ah e já passei pelas cólicas também.

Além disso já perdi pessoas importantes nesses três meses e tomei sustos com outras mais importantes ainda. 

Às vezes eu queria que a VIDA me desse licença maternidade de 6 meses, nesse período tá proibido acontecer coisas ruins. 

Puerpério é uma sacanagem que a natureza jogou sobre as mulheres. Se minha filha sorri eu estou bem, mas como em cada sorriso contém um choro, eu no instante seguinte me pergunto: será que estou traumatizando a fofinha? Porque assim, de acordo com minhas pesquisas na internet se o bebê tá chorando muito, batata, você tá traumatizando a criatura. Mas e se ela chora e depois sorri, como entender esse código?

O pior desse momento é a insegurança que bate e não conseguir responder a questão: que tipo de mãe eu quero ser?

Eu tenho uma pista: quero ser uma mãe que faz menos pesquisas no google e filtra melhor o que lê nos perfis que segue no Instagram. 

Dia desses minha irmã me mandou essa postagem e que eu achei muito pertinente. 

Tá muito na moda essa coisa de contar como é a maternidade real, o que os amigos tem que fazer ao visitar pais de recém-nascido etc e tals. Mas ao mesmo tempo o que eu vejo aqui do meu cativeiro, é um monte de perfis querendo me vender algo, desde roupa, até 'estilos' de maternidade e o que consigo entender, quando não estou sendo sugada pela rotina e pela minha bad trip do puerpério, é que enquanto a gente não olha pra dentro de nós mesmo a gente não consegue ser mãe, ser esposa, ser filha ou qualquer outra coisa. 

Um comentário:

Haaillih disse...

Querida Harissa, só tenho a dizer que adoro te ver escrevendo. Acho que fechado o primeiro trimestre de Alice, já é um bom sinal de que vc está conseguindo sobreviver ao puerpério.

This too shall pass.

Amo Vc!!