quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Tô glávida.


Sim. Depois de muitos anos escrevendo qualquer nota por aqui, agora eu tô escrevendo com dois corações batendo dentro de mim. Um no peito e outro no útero.
Honestamente, nesses dias que caiu a ficha que a Alice vem aí. E eu só sei ficar feliz, embora o resto do mundo esteja se despedaçando (tô dramática também).

Obviamente como com tudo na vida, eu continuo reclamando e virando os olhos. Mas a verdade é que não dá pra ser outra pessoa e a gente é o que é. No fim vai tentando aparar as arestas, lapidar o cristal etc e tals, mas não dá para virar outra Harissa por motivos de gravidez. Eu sempre pensei nisso, achava que quando engravidasse não poderia ter uma acesso de raiva, por exemplo, "porque meu filho(a) iria sentir", mas a verdade é que hoje em dia tenho bem menos acessos de raiva mais pela maturidade do que pela gravidez. 

Seguindo esse raciocínio já te adianto, Alice. Não estou com paciência para manuais e teorias mil. Eu poderia dizer que é o fordismo da maternidade, mas a mais pura verdade sobre mim, é que eu não consigo ler livros didáticos. Só ficção mesmo. Se não tiver uma historinha, não adianta, não faz sentido. 

Partindo para essa seara, vamos falar que os melhores livros para gestante são os da Chimamanda Ngozi, que em algumas histórias te faz traçar um paralelo entre os pais americanos/europeus (nos quais nós nos espelhamos) e nos africanos . A Leila Slimani é boa também, embora ela não tenha me apresentado nada de novo em termos de discussão sobre grilos da maternidade/paternidade, mas a personagem da babá é muito rica e faz a gente pensar na linha tênue da perfeição e loucura. E vamos combinar que eu esperava uma árabe escrevendo, mas a verdade verdadeira é que é uma francesa mesmo, com traços marroquinos.

Bom é isso, você já deve estar cansada desse texto e está me mandando sinais através de uma leve azia.






Um comentário:

bittarpoeta disse...

Agora que li gostei ! Muito bons pensamentos !