Ilustração Yali Ziv
Desde o advento smartphone em minha vida, passei a ler menos livros. Afinal de contas, ficar no Instagram vendo a vida alheia, fotos de roupas maravilhosas que nem em 1000 vidas seria possível usar, ou ver pessoas indo a lugares que você provavelmente não irá, gasta menos o cérebro do que ler.
Há 1 ano eu baixei um aplicativo que conta meu tempo no celular. Ele não mudou em nada o tempo que fico usando meu aparelhinho, mas eu resolvi baixar aplicativos que acrescentem algo na minha vida (além da sensação de fracasso gerada pelo Instagram)... tenho um app pra tudo: finanças, meditação, ginástica, corrida, música, joguinho, clima, música, receitas AND livros.
Na verdade acho que não foi o Goodreads que me fez ler mais, eu já tava nessa pegada desde que fiquei doente em tratamento e resolvi ser feliz a todo custo, e
o Instagram era uma barreira para isso.
Retomei minha paixão por leitura e quando no Goodreads surgiu com a possibilidade de listar todos os livros que já li, eu que AMO listas, reencontrei na casa da minha mãe meu antigo caderno com minha lista de livros que alimentava desde uns 15 anos e fiquei viciada no aplicativo. E me dei conta de como em cada fase da vida a gente tem um escritor constante(quer dizer, acho que esse é meu modo operacional :)).
Foram vários escritores marcantes: Machado de Assis que descobri nas aulas de literatura e que tava na lista da Fuvest/Unicamp, José Saramago, que comecei a ler por causa do vestibular e depois pra conversar com minha irmã e Clarice Lispector, que eu não entendia como alguém conseguia escrever Água Viva (que confesso que não entendi NADA) e A Descoberta do Mundo.
Ainda sobre as fases da vida e escritores, tentando traçar uma linha do tempo comecei a gostar muito de ler por causa do O Gênio do Crime e Menino Maluquinho, depois indo para os Contos Extraordinários do Poe, passando por Feliz Ano Velho e Confissões de Adolescente, Luciana Saudade e outros juvenis até que comecei a estudar literatura a entender as fases literárias e cheguei na lista do vestibular e li todos os livros da Fuvest/Unicamp e um novo universo de escritores e estilo se abriu para mim.
Muito louco pensar também quem foram meus maiores influenciadores nas letras, obviamente que minha mãe foi a incentivadora, seguida da minha irmã, Haaillih. Depois, já na faculdade de arquitetura li todos os livros do Ítalo Calvino (que eu nem lembrava que tinha lido tantos, mas sim) e uma porrada de escritores beatniks e a grande influenciadora foi a Lê de Pira, (que me apresentou atualmente a Lucia Berlin) e na atual fase meu grande influenciador é o Rafa, que tem coragem de me dizer que o último livro do Milton Hatoum é péssimo e pra quem eu posso contar que tô sofrendo com Hibisco Roxo da Chimamanda Ngozi.
Aliás, esse livro e sofrimento merecem um parágrafo a parte.
Comecei a ler a Chimamanda por Americanah (em 2014/15), livro que gostei demais e que me induziu a procurar outros livros dela. Mas todos os caminhos me levavam para outros livros, até que neste ano baixei Meio Sol Amarelo, que já comentei por aqui e finalmente H<3 cheguei="" e="" em="" finalmente="" h="" i="">ibisco Roxo. 3>MANO, PQP! É um livro muito pesado, parece Faulkner e Dostoiévski só que com uma linguagem leve... (difícil de explicar e talvezcertamente esteja exagerando nas comparações - estou tomada pela paixão, daqui 1 mês poderei falar com mais clareza). Mas enfim, parece uma coletânea inteira das músicas mais tristes do Radiohead, que você sofre e não consegue parar de ler/ouvir.
Um comentário:
É muito interessante sua lista , com poucos poetas e não lembro de nenhum francês , mas , acho que vale à pena ler alguns franceses ! Fica a dica !
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