Sou filha de uma geração que pensa que terapia é coisa de gente maluca ou problemática, termos que sempre me deram a entender que é coisa de gente que fica caçando pelo em ovo, quando tem "tudo para ser feliz".
Mas, ainda bem que na minha geração esse estigma é coisa dos nossos pais e fazer terapia não é mais um tabu. Pelo menos na minha bolha, bolhuda.
E eu recomendo fortemente. Conversar com um profissional que não tem a mínima intenção de mudar quem eu sou de fato, mas me fazer refletir sobre o motivo das minhas angústias, atitudes e me ajudar a lidar com isso, é muito transformador.
Falar sobre sua essência com alguém que não seja seus pais, marido, irmão e amigos mas com um profissional que te coloca um espelhão na frente e vai te ajudando a tirar o véu de tantos assuntos, é muito bom.
Com minha terapeuta eu aprendi muito sobre minha culpa cristã e meus delírios de deformação. Também comecei a ser mais tolerante com quem transforma o sofrimento em bandeira, pois eu achava que isso era só uma "marketização" da dor e no fundo é só uma das muitas formas de superação. Agora nosso tema é, de um modo geral, maternidade e amizades sem culpa.
E sobre esse último tema, que nas últimas semanas quase tomou uma proporção avassaladora eu digo que tenho aprendido que ressignifcar amizades faz parte do processo de amadurecimento. E que não dá para se sentir uma crápula porque as pessoas precisam de uma exclusividade que você simplesmente só consegue entregar para a sua mãe, marido e agora, filha.
É isso pessoal. Escrevi mais nesse mês do que em qualquer outro mês da minha vida.
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