Era sem sombra de dúvidas a casa mais bonita da rua. Toda em terra cota, os gradis de ferro verde bandeira com um desenho art noveau permeavam o muro e deixavam ver por entre a vegetação densa (para uma casa em São Paulo) que eles tinham um jardim imenso e uma casa avarandada.
Ali, sem saber, compreendi o que era recuo e aquela casa era sempre o melhor exemplo do termo.
Não devia haver piscina, mas quem se importa com piscina quando se tem um chafariz de concreto, todo lindo-malaviloso, uma porta de demolição, com uns 2,50m de largura - toda entalhada, janelas amplas, pisos de madeira de demolição quando o assunto reciclar nem era assunto?!
O que sei, é que um belo dia apareceu uma placa de "aluga-se" que por ali ficou um bom tempo. Alugaram, tamparam os gradis com placas verde bandeira e acabou-se a visão do jardim. Ah sim, numa cidade grande e violenta não é legal mostrar que no seu jardim existem plantas.
Anos depois apareceu um placa de "vende-se" que também ficou por ali um bom tempo até que sumiu, escafedeu-se, desapareceu. Passaram-se meses e tchãns, o muro terra cota ficou cinza, os gradis foram trocados, por um portão de ferro eletrônico, com um desenho que não é desenho, é qualquer coisa. Tudo bem, respira. Afinal de contas a casa precisa de segurança.
Sim, precisa.
Mas não precisava fazer uma varanda maior ainda, desproporcional, com um telhado feio. Não precisava também, arrancar a porta e colocar uma outra com 1,00m de largura e nem trocar as janelas gigantes de madeira, por janelas Sasazaki de metal. E por último, podiam fazer a obra com o portão fechado, assim essa que vos fala, não teria tamanho desgosto.
Cheguei a pensar que era melhor construírem um prédio naquele terreno. Pelo menos não reformariam minha doce memória. Depois, obviamente, me achei um tanto totalitária. Mas é isso memo!
Ali, sem saber, compreendi o que era recuo e aquela casa era sempre o melhor exemplo do termo.
Não devia haver piscina, mas quem se importa com piscina quando se tem um chafariz de concreto, todo lindo-malaviloso, uma porta de demolição, com uns 2,50m de largura - toda entalhada, janelas amplas, pisos de madeira de demolição quando o assunto reciclar nem era assunto?!
O que sei, é que um belo dia apareceu uma placa de "aluga-se" que por ali ficou um bom tempo. Alugaram, tamparam os gradis com placas verde bandeira e acabou-se a visão do jardim. Ah sim, numa cidade grande e violenta não é legal mostrar que no seu jardim existem plantas.
Anos depois apareceu um placa de "vende-se" que também ficou por ali um bom tempo até que sumiu, escafedeu-se, desapareceu. Passaram-se meses e tchãns, o muro terra cota ficou cinza, os gradis foram trocados, por um portão de ferro eletrônico, com um desenho que não é desenho, é qualquer coisa. Tudo bem, respira. Afinal de contas a casa precisa de segurança.
Sim, precisa.
Mas não precisava fazer uma varanda maior ainda, desproporcional, com um telhado feio. Não precisava também, arrancar a porta e colocar uma outra com 1,00m de largura e nem trocar as janelas gigantes de madeira, por janelas Sasazaki de metal. E por último, podiam fazer a obra com o portão fechado, assim essa que vos fala, não teria tamanho desgosto.
Cheguei a pensar que era melhor construírem um prédio naquele terreno. Pelo menos não reformariam minha doce memória. Depois, obviamente, me achei um tanto totalitária. Mas é isso memo!
2 comentários:
a janela de metal me dói no coração. e eu nem sou arquiteta...
eu quero um chafariz no lugar de uma piscina!
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