Às 18:00 sempre pensa que talvez não precise ir pois o dia foi tão cheio. Dez minutos depois olhando para o lado direito pensa de novo que o dia foi tão cheio e que justamente por isso precisa ir. Mais vinte minutos, uma voz no seu ouvido direito diz "Vamos?" e ao cruzar a tal porta pivotante uma parte do mundo fica pra trás.
Troca de roupa, constata o quão inchado está seu pé, quase se enforca com o top e sai correndo para correr. Aquece e depois descobre: duas voltas, anda 1, corre 2... duas voltas correndo... três voltas, anda 1 corre 2, anda 1 corre 2, anda 1 corre 2... três voltas correndo. E duas vezes por semana pensa que as pessoas são malucas e que ela não vai conseguir. Quarenta minutos depois, toda suada e o sentimento de plenitude e a gratidão pela loucura alheia.
E a cada terça-feira e quinta-feira descobre que o maior desafio da corrida é passar, 4, 6 ou 9 km consigo mesma. O cansaço físico, a respiração ofegante ou a dor muscular não são os maiores desafios. O maior de todos eles é centrar em si mesma naquele tempo que é só seu. E a maior recompensa, além da perna bonita, do corpo seco e dos músculos que afloram é descobrir o prazer de ficar consigo mesma.
5 comentários:
Queria saber escrever que nem você!!!! adoro seus post há!!!!
beijao e bom fds ...Póia
Queria ser arquiteta engenheira como vc ;).
Endorfina é a melhor droga do mundo!
Harissa! Adorei seu texto, principalmente por compartilhar da idéia de que o mais difícil (e também mais prazeroso) é conseguir ficar ali, uma horinha, com nós mesmos! Fico feliz que a corrida esteja fazendo parte da sua vida e te trazendo um "sentimento de plenitude"! Beijos
Ai ai... mais uma vez aqui pra fazer o que sempre faço com seus textos: clap, clap, clap, clap!!!
Acho fantástico como vc enxerga poesia no cotidiano (e fiquei imaginando que se eu escrevesse sobre a minha corrida, o texto seria irônico e ácido! rsrs)
Sou sua fã!
Denise
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