segunda-feira, 7 de abril de 2008

mamãe sou arquiteta... VIII







"mamãe sou arquiteta..." dessa vez e mais uma vez e para a eternidade contempla o teatro do já manjadíssimo Sesc Pompéia. Já declarei aqui minha admiração incondicional pela Lina Bo Bardi, já falei da choperia, do revestimento do banheiro feminino, já postei fotos minhas, já fiz histórias sobre aquele lugar e sobre seu entorno e já disse que comecei a me interessar por aquitetura depois que vi uma exposição do Flávio Império lá (foi em 1996, eu tinha 16 anos =D). Aquele lugar, na minha mente possessiva, é meu. Assim como tantos outros.

Nos últimos dias assisti um dos melhores shows que já vi na vida. A cantora era ótima, de fato, mas já tinha visto o mesmo show em outro teatro e digo com convicção que o show no Teatro do Sesc Pompéia foi 1 trilhão de vezes melhor e isso por conta do espaço, isso porque:

1º Ao comprar os ingressos fiquei cabreira com o fato de ter apenas lugares no fundo, ainda mais em um espaço que tem palco aberto, sem coxia ou com coxias laterais (se é que isso existe). E agradeço de pés juntos a mocinha que vendeu os ingressos dizendo que não fazia muita diferença a localização das cadeiras, que a visibilidade era boa em todo o teatro. Ela só errou no fato de que não fazia diferença, pois foi muito melhor assistir ao show do fundo, a percepção do lugar foi mais ampla do que ali na frente.

2º Parece estranho um teatro assim, no qual a pessoa que está lá no palco de repente lhe dá as costas, entretanto dá gosto de ver a exigência que o palco faz para o cantor e/ou ator. Fica nítido que o tão falado (e nunca explicado) domínio de palco se faz necessário (e explica-se por si só em um lugar como este).

3º E por fim, passando por cima de todo o meu falso orgulho e da minha já "rala" auto-crítica, enquanto assistia ao show fiquei pensando que se eu fosse a Lina Bo Bardi ia me achar muito. Deve ser bom ver que o quanto de história e lirismo tem em um espaço que imaginamos. E quando digo história não penso só em todos os shows bacanas que já passaram por lá, mas em histórias pessoais que se iniciam, que terminam e que tem algum meio ali.

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