domingo, 21 de fevereiro de 2016

Tios e sobrinhos

Amanhã o Felipe Jorge faz dois anos. O caçula da minha irmã, que é concretização do estereótipo do caçula: levado, conquistador, sem noção e tem no primogênito um ídolo, finalmente faz dois anos de pu-ra fofura. 

Dia desses recebo a foto de um pirulito de chocolate mordido com a seguinte explicação: Felipe comeu todo o pirulito, menos a parte onde havia um peixinho desenhado. Conclusão final: sou tia do menino de 2 anos mais fofo da via láctea e arredores. 

E, embora não consiga sempre, me esforço muito para ser para meus sobrinhos, o que meus tios e tias foram e são para mim. Com cada um deles é uma relação diferente, mas é um amor sem tamanho.

Tio Heleno, paciente, piadista e amoroso. Me dava 'dinheirinhos' para eu comprar balas e clipes coloridos nas lojinhas de Conservatória, na infância me apresentou a caixa de "especialidades Nestlé" e o chocolate de menta e nunca me deixa esquecer que já estive na Rua Uruguai, bem perto da casa dele e nem passei lá para dar um oi (mas já me redimi). Tio PC pura emoção e alegria, me fez entender a importância de um time de futebol na vida do sujeito e se for o Flamengo, seria melhor ainda - segui tanto o conselho que acabei casando com um. E até hoje, não há nada mais reconfortante do que escutá-lo falando 'olha a minha sobrinha querida'. Tio Pedroca, meu dindo amado, fazia musiquinhas pra gente, inventava apelidos e quando víamos já estava na rua de novo. E como todo árabe demonstra amor através da comida, queijo bom e peixe frito nunca faltam. Cantou e meu casamento as músicas que escolheu e foram as mais lindas que eu sonhei. Tio Aziz, o tio que era a nossa família em SP, que produzia as nossas festas de criança, ajudava na confecção de roupas maravilhosas de Barbie, que tinha um Passat dourado com uma moringa vazia no porta-malas que rolava de um lado para o outro, que trouxe os presentes maaais legais da Europa dos anos 80, que enfeitava a nossa casa no Natal, disputava receitas com a minha mãe, inventa os melhores nomes para bolos e todas as outras histórias que se desenrolam a partir disso. 

E hoje, eu sou o reflexo de todo esse amor que recebi e recebo. Se um dia, eu puder ser para os meus sobrinhos um pouco do que meus tios são para mim, já vai ter valido a pena todas as balas 7 belos que comprei para o Pedro sem minha irmã saber. 

ps: vale dizer que minha madrinha merece um post a parte.

2 comentários:

bittarpoeta disse...

Muito lindo e emocionante !

bittarpoeta disse...

Emocionante !