quinta-feira, 19 de março de 2015

FaceBrook

Hoje deu vontade de sair do Facebook. Não quero mais saber a opinião das pessoas sobre nada. 

Todo mundo, inclusive eu, tem uma opinião importante para bradar pelo mundo virtual sobre qualquer coisa. Chega, não quero mais saber.

Não quero saber que tem gente que é contra as cotas nas universidades, empresas, concursos etc e não está disposto a entender que o buraco é bem mais embaixo, e utiliza o argumento padrão: cotas em universidades baixam o nível de ensino e excelência da universidade, pois entra uma galera que não sabe nada. 

Meu querido, para você eu digo. Se um raça foi es-cra-vi-za-da e a abolição da escravatura no Brasil ocorreu em 1888 e em nenhum momento foi dado o subsidio para essa raça que era ES-CRA-VA inserir-se na sociedade brasileira de forma igualitária e justa às outras raças, as cotas em qualquer lugar que seja é o momento que o Estado tem para pagar essa DÍVIDA com a raça em questão.

Não adianta assistir Selma, achar a história do Martin Luther King linda e não conseguir fazer as conexões com o seu dia a dia. A charge abaixo exemplifica bem o que é igualdade e justiça.


Tem mais, ciclovias em SP. Todo paulistano ou morador de SP quer qualidade de vida. Desde que não atrapalhe em 1mm a vida "confortável(?)" dele - porque vamos e venhamos NAONDE está o conforto de um sujeito que compra um caixote de pé-direito de 2,70m, 40m2, com janelas pequenas, iluminação mínima para uma vida confortável, paga 16 paus o m2 e tem uma varanda gourmet maior que o apartamento? Para construir ciclovias são necessárias obras, que geram um trânsito temporário e que futuramente, irão contribuir para o quê? Adivinha?! O trânsito! A mesma coisa serve para as faixas de ônibus, a frota e quantidade de linhas e carros só melhoram quanto mais  gente utilizar o transporte público. Então meu querido, faça o teste. Comece a utilizar o transporte público, faça pressão para que o estado melhore a frota e feche contratos com empresas idôneas, deixe o carro em casa e veja como o trânsito irá melhorar. 

Mas, se você quiser continuar andando de carro. Ótimo, continue! Mas deixe quem quer utilizar a bicicleta usar. A cidade é de todos e para todos. Agora não me fique propagando reportagenzinha de imprensa marrom. 

E por fim, o grave projeto de lei que propõe o financiamento do estado para operações de mudança de sexo. Qual o problema, de verdade, do Estado financiar esse tipo de operação? O que interfere na vida de qualquer pessoa essa questão (a não ser óbvio das pessoas que precisam dela)? Você tem filhos pequenos e não sabe como explicar para eles que existem homens que gostam de homens, mulheres que gostam de mulheres, homens que biologicamente são homens mas se enxergam psíquica e fisicamente como mulheres e vice versa? Se você não consegue explicar para o seu filho que o mundo é feito de diversidade e que nem tudo o que é pregado como "normal" é o ideal para o sujeito, ele vai ver isso fora da sua casa e pode até repetir a sua fala preconceituosa. Mas, aceitar a diversidade não diz respeito apenas aceitar o outro que é diferente de você, mas sim aceitar-se a si próprio, como sujeito de sua história, como um ser pensante que não é gado para ser tocado em rebanho.
 

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