terça-feira, 10 de abril de 2012

de tempos em tempos

Juntava seus papéis com os dele, colocava os documentos dos dois na mesma pasta. Uma questão prática, ora pois: juntar tudo o que era dele e o que era dela na mesma pasta para ficar mais fácil de achar no momento necessário. 

E sorriu em pensar que o amor leva a praticidade. 

Sorriu de novo. E releu um e-mail que tinha recebido há tempo e que foi tão importante naquele momento e que ainda hoje faz tanto sentido.

"(...)posso dar um palpite? É o seguinte: tente traduzir em palavras o espírito do espaço que lhe chamou a atenção. Esse espírito são as sensações que o espaço lhe transmitiu. Na verdade, é a sua primeira impressão do espaço (isso pra dizer que você não precisa dissecar nada pra que o espírito apareça). Pode ser alguma coisa que remete a qualquer coisa, isso não importa (o cheiro de bolacha por exemplo). Importa que você seja sincera naquilo que sente (sentir é perceber, perceber é cognição, cognição leva a uma crítica, a crítica leva a ação=intervenção, projeto). O estágio da crítica é a sua proposta para aquele local. Você sentiu, traduziu isso em palavra, tomou consciência de uma sensação, com isso você questiona, ou não, e critíca. Depois disso, você pode até explodir o local para construir outra coisa em seu lugar, só que você leva para esse novo lugar uma conversa com o espírito antigo. O projeto é na verdade, a sua conversa com esse espaço, só que para conversar o local precisa dizer algo, esse algo é aquilo que você sentiu. Disto você responde, ou acirrando que o local fala, ou discordando e se contrapondo ao discurso do local, sei lá, isso é você quem diz, não importa. A fase do desenho ou do traço é o confronto de sua crítica com o espaço traduzido em traço. É um outro momento do processo de projetação no qual a sua intenção deverá se transformar em traços que deverão dialogar com os traços existentes no local, ou seja, os seus traços vão conversar com os traços existentes no local, mesmo que sejam destruídos (você aí trabalha com a memória do desenho original).

Isto é que é por a mão. Acho que a sua proposta de transparência ainda é medo de por a mão, você ainda não sente segurança para intervir, pense nisso. (...)"

Estou pensando.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, não entendi nada!!
Haa

Harissa B. disse...

talvez seja por isso que vc fez direito e eu arquitetura. ehehehehehhehe...

beijos e eu te explico pessoalmente ;)