sábado, 7 de fevereiro de 2009

Sem halo.

Como assim, todas as músicas tristes de amor de repente mudam de opinião e perdoam o bem-amado? Não alcançava o sentido disso, que impropério! Domada a raiva, lançou mão da parca sensatez e compreendeu então que aquele verso, sobre o coração ouvir a razão e usar só a sinceridade era um conselho para o bem-amado e não perdoava coisíssima nenhuma.

Ah que alívio.

Mentira, alivio nada pois logo em seguida escutava baixinho sobre o tempo que o amor não os deu, sobre toda a infinita espera e que embora sempre existam primaveras, elas sempre serão derradeiras. Sentiu um apertinho leve, por todo o amor que teve que se esgotar antes do tempo exato. E como se por clarividência tomou para si o entendimento de que não existe só um jeito de sentir a tal dor de quando termina um grande amor. Pode ser mesmo como cair o elevador ou chover o ano inteiro chuva fina ou zumbido de orelha no ouvido por meses ou até fazer cálculos mensais de quanto tempo da vida foi gasto pensando no antigo bem amado.

E mesmo amaldiçoando a tal esperança, que por caminhos diretos sempre a levava para uma volta de contos de fadas. Aceitou de bom grado, a esperança disfarçada por versos perhaps a letter with a dove, perhaps a stranger she could love e aceitou também, por uma questão genética de saber que o sofrimento não acende um halo na cabeça de ninguém.

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