quinta-feira, 7 de agosto de 2008

o enxadão da obra...

" Hipótese
E se Deus é canhoto
e criou com a mão esquerda?
Isso explica, talvez, as coisas deste mundo."
Carlos Drummond de Andrade
Taí, em quatro linhas alguém explicava duas décadas e meia de um mundo habitado por milhares de "e se" e pencas de engasgos e tropeços. Ok, então alguém lhe dizia que não precisaria mais, ficar horas e horas fritando o cérebro enquanto alinhava canjiquinhas?
Isso significa que deveria dizer que caminhos só se separam quando as pessoas querem? E deveria então lembrar que talvez o momento exato para contar aquele segredo daquela história poderia já ter passado? E partir de hoje não precisava ter vergonha de falar que ali naquela rua, a porta do ônibus abre para o outro lado?
Tentaria então optar pelo modo mais assertivo de ver a vida. Embora já estivesse começando errado, 'tentaRIA'? Ainda era habitada por constelações de "ias" e se ao menos não existisse na gramática orações condicionais, decerto seria mais resolutiva. Partindo desse princípio falho, obviamente concluiu, que se não existisse a palavra saudades no dicionário, também não sentiria falta de ninguém. A-há! Bingo!
Talvez o problema resumiria-se em ter ou não coragem, ou quem sabe até aceitar a frase dita e que ainda ecoava no oco de sua cabeça, sobre escolher a própria vida assumindo os próprios erros...
Toca o alarme da fábrica, hora do almoço. Grazadeus.

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