sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Zuzo Bem?

Tudo bem? e Parabéns!

Nunca, em toda sua existência soube lidar com essa pergunta e com as congratulações dos dias de aniversário.  Como responder em uma frase que todos os aspectos de sua vida estão bem? E deveria entender que os Parabéns são por estar viva por mais um ano? 

Sempre fez uso dos termos, afinal de contas era covarde o suficiente para não querer cair no tal ostracismo social. Sendo assim, sorria para bebês, não fugia do cachorro da vizinha e muito menos reclamava da festa que ele fazia quando a via.

Como pessoa educada que era, entendia a maioria dos códigos sociais e pasmem utilizava e concordava com grande parte deles. Mas assim como tem gente que odeia Natal. Detestava a falta de sinceridade em perguntas alhures, sorrisos amarelos para crianças carentes e um susto contido causado pelas patas de um cão em seu peito.

Até que um dia tomou a pílula da sinceridade imaginária e partir daí sua vida melhorou (?!). A cada "tudo bem?"vindo de alguém sem significado, respondia mentalmente algo ácido e no mundo real abria seu melhor sorriso, sem som, claro,  para não se comprometer com a mentira - covarde. 

Nas madrugadas deixava embaixo do tapete da vizinha folhetos sobre viagens, empreendimentos imobiliários de loteamentos e condomínios residenciais, de nada adiantou.  Quando finalmente foi abordada sobre o que achava de bichos de estimação respondeu pragmática que preferia pessoas a animais. De nada adiantou.

Dos Parabéns não conseguiu fugir, embora perguntasse com quem tinha mais intimidade, "Parabéns por quê? Cara pálida!"Até que um dia perguntou ao Wikipédia e ele lhe disse: para o seu bem. PARABÉNS! Aceitou a argumentação.

Das crianças? Engravidou. Seu filho era a criança mais simpática das redondezas e sorria para todo mundo. Constrangida, enfurecia e corroía-se quando alguém no metrô não respondia ao sorriso do pequeno príncipe. 

Moral da história? Não tem, mas o pequeno príncipe cresceu e tornou-se veterinário.

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