domingo, 3 de abril de 2011

velório.

Ah, então agora começava a entender que assumir as rédeas da própria vida era aquilo: assumir riscos, assumir que era passível de erros, assumir que a vida era cíclica mesmo e que tem a fase de sorrir, de chorar, de sorrir e chorar junto, assumir, assumir e assumir.

Era dizer adeus, com o coração apertado, a garota que morava ali, era chorar no seu velório. Era não se encontrar mais nos textos de Clarice Lispector ou Adélia Prado, era se encontrar nas suas próprias palavras.

Era aproveitar a sexta-feira como se fosse a sexta, e não com o medo de que a segunda-feira chegaria novamente. Era enxergar a segunda-feira com o sentimento honesto de que acordar cedo era chato, mas que a vida sem propósito e sem obstáculos também não faria sentido.

3 comentários:

Maria Helena disse...

muito lindo esse texto, harissa!

Leticia disse...

acho que até hoje não consigo aproveitar a sexta sem pensar que vai chegar a segunda...

Thales disse...

sensacional!