Gostava de subir a rua A. sozinha às 6:00 da manhã de domingo, o vento gelado batendo no rosto, o sono iminente e a sensação de que estava viva. Se afeiçoava aos dias em que passava pela rua I. às 18:00 e enquanto o mundo caia na hora do rush ao redor, naquela rua uma praça com banquinhos estava lá, parada no tempo, sempre tranquila. Ou durante a semana quando em todas as manhãs a rua era só dela e podia cumprimentar através de um portão o labrador mais engraçado e gordo do mundo.
E guardava esses momentos como quem guarda um segredo, como quem tem um pérola. Para quando a vida fosse completamente diferente, sem saber que era diferente, poder ter dentro de si o que ela era de verdade e o que a fazia sorrir sozinha.
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