terça-feira, 29 de agosto de 2006

Era tanta confusão no meio do caminho que deixava de ser, ali mesmo naquela praça onde sempre havia o pôr do sol o dia todo. Parada ali, contentava-se em ver as formigas andando uma atrás da outra em um desenho quase organizado, não fosse por algumas retardatárias no meio do caminho. Tecer comparações entre formigas e pessoas e relações era muito chato e pedante. Formigas eram formigas, pessoas pessoas e pronto, simples como uma fileira de formigas indo para o formigueiro.
Não havia nada ali, além de formigas e a cidade lá embaixo. Uma vista de linearidade confusa, uma casa parecia sempre em cima da outra, mas o desenho crescia horizontalmente do mesmo jeito. Uma nota de dez reais caiu em seu pé, não ventava nem nada. Procurou não pensar em como a nota havia aparecido ali, preferia não mexer em coisas tão longes do que podia entender.
No ônibus apertado, sentou no fundo ao lado de uma mulher bem gorda de blusa de lã. Protegue-se nela até o ponto final.

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