Sentiu aquele bafo no rosto, um calor que trazia poeira junto e tornava tudo pegajoso ao seu redor. Atrás, havia uma banca de churrasquinho que gritava ao seu lado uma música que falava de perfumes roubados, deu o braço a torcer e sofria junto com o cantor de interpretação afetada.
A cada ônibus que passava protegia-se da água espalhada e da raiva que sentia devido a espera. Começou a criar imagens em sua cabeça, todos eram fotos agora. Aprisionados em uma 3x4, tentavam fugir de lá, mas brincando de deus ela comandava os passos de cada foto.
A música agora, chegava na parte dos olhos tristonhos e que talvez sonhasse seus sonhos por fim. Ela olhava agora o mundo através do rosa do celofane de um bombom, cada 3x4 tinha agora um colorido tão carinhoso que chegava a doer...
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