Não queria ir embora do parque tão fácil assim! Não queria voltar para o lugar de onde sempre tentava fugir, de onde sempre sentia vontade de sair correndo e nunca mais voltar. Sentia tanto medo da vida nova que se apresentava. Pessoas grandes lhe pareciam tão trêmulas.
Trêmulas como as mãos do senhor de olhos azuis, que segurava com toda a delicadeza que lhe era permitida, uma flor murcha e azul. Não queria deixá-lo ir embora, não queria que a luz entre as árvores que refletiam nos olhos azuis do velho, se extinguisse. Ficaria horas ali, olhando atenta a cada movimento em falso dele, a cada palavra balbuciada no ouvido da mulher morena, que parecia aflita pela ônibus 6401.
Deseja prender aquela cena nas mãos, assim como sozinha no banho brincava de criar cachoeiras com as mesmas. Mãos inseguras, que desprezavam qualquer anel...
Trêmulas como as mãos do senhor de olhos azuis, que segurava com toda a delicadeza que lhe era permitida, uma flor murcha e azul. Não queria deixá-lo ir embora, não queria que a luz entre as árvores que refletiam nos olhos azuis do velho, se extinguisse. Ficaria horas ali, olhando atenta a cada movimento em falso dele, a cada palavra balbuciada no ouvido da mulher morena, que parecia aflita pela ônibus 6401.
Deseja prender aquela cena nas mãos, assim como sozinha no banho brincava de criar cachoeiras com as mesmas. Mãos inseguras, que desprezavam qualquer anel...
4 comentários:
Poesia urbana minimalista.
há um terceiro?
Não. O anônimo sou eu.
ok
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